A Virtude e o Meio

Existem notícias recorrentes de que boa parte dos projetos de SOA falham. Falham por não gerarem o retorno esperado, falham por excesso de complexidade ou simplesmente não chegam ao fim.

SOA parece ser o nome de mais uma síndrome da bala de prata – a solução de todos os problemas.

Vi isto acontecer com a Orientação a Objetos. Em 96, a empresa de informática que não estivesse usando OO não tinha futuro. Não havia profissionais com experiência em OO suficientes no mercado, mas todos faziam produtos baseados neste paradigma. E muitos falhavam.

Se tiver que fazer uma analogia, projetos SOA parecem ter mais em comum com projetos de Datawarehouse (DW) do que com OO. Como no DW, muitos tendem a querer abraçar o mundo e fazer projetos gigantescos – o que é excelente para consultorias mas nem sempre para seus contratantes. Se aprendemos com o DW o quanto é difícil definir conceitos mais simples como, por exemplo, um “produto” (imagine as diferenças de significados e atributos para áreas distintas como Vendas e Produção), imaginem o quanto isto aumenta se agora tivermos que definir também os verbos e seus argumentos!? Não é isto que temos que fazer na SOA?

Parece que projetos SOA têm mais sucesso quando têm escopo pequeno e crescem de acordo com o ganho de maturidade das equipes de desenvolvimento (criação e consumo de serviços), de operação e governança. Boa dose de pragmatismo, cuidado técnico e respeito à cultura da empresa são fundamentais.

Nunca construir WebServices para um dia serem usados (bottom-up). Nunca construir uma grande visão para definir ao fim os WebServices (top-down). Parece que aqui também a virtude está no meio.