2009… O ano para alavancar a sua carreira?

Olá pessoal, tudo bem?

No início do ano passado eu escrevi um pequeno artigo que foi bem recebido pelos leitores do blog, chamado: 2008… O ano para alavancar sua carreira? (https://blogs.msdn.com/luti/archive/2008/01/02/2008-o-ano-para-alavancar-sua-carreira.aspx). O artigo descrevia minha visão de alguns aspectos que considero importantes para ajudar a carreira de um profissional de TI e, durante o ano, eu recebi feedbacks interessantes, alguns empolgados e outros frustrados por não terem feito muito. Então tenho algo a dizer para todos antes de começar o artigo deste ano: acho que é da nossa natureza sempre colocar um projeto grandioso como meta (o que não é de todo ruim), mas aí quando chega o fim do ano e você não conseguiu executá-lo por completo, pode sentir-se desestimulado. Meu conselho: seja maduro e não aja dessa maneira! Analise o que você conseguiu atingir no último ano, o que pode ser melhorado e como continuar evoluindo, sempre.

Neste ano eu tomei a liberdade de plagiar o meu título do ano passado, mas dessa vez eu vou listar algumas tendências (técnicas ou não) que acredito que podem ser interessantes para o ano que se inicia e além. Reforçando, não tenho a *menor* pretensão de escrever uma referência completa de todo o campo de TI, apenas uma visão do que temos acompanhado nos últimos meses.

A crise econômica mundial 

Não seria correto falar deste ano e deixar esse assunto de lado, certo? Não querendo chover no molhado, todo mundo sabe que existe uma crise instalada, mas ninguém se arrisca a prever quando vai acabar. Fora os problemas que vemos diariamente no noticiário, o que pode surgir de bom deste caos? Duas coisas que vejo são: eficiência e criatividade.

Eficiência: Pessoas e processos têm que ser mais eficientes e a tecnologia está aí para ajudar (se bem empregada). Então os profissionais serão cobrados por resultados e terão que olhar com mais cuidado ao trabalho que desempenham hoje. Quem sabe aquele sistema legado que anda dando uma dor de cabeça não pode receber mais atenção e justificar um pequeno investimento para adequá-lo às novas tendências e reduzir gastos a médio prazo? Essa pressão não é unidirecional, as empresas também têm que se preocupar em oferecer cada vez mais recursos para que o seu funcionário seja mais produtivo. Por exemplo: eu sempre acreditei em horários flexíveis de trabalho (com metas previamente estabelecidas), isso dá liberdade para o funcionário se dedicar em seu momento mais produtivo e usar um dia que não vai gerar nada de bom para resolver alguma pendência pessoal, por exemplo.

Criatividade: Quando você é pressionado ou pára e repensa sua rotina, soluções criativas para os problemas podem surgir. Com criatividade podemos ousar na maneira em que trabalhamos, comunicamos e nos organizamos, diminuindo custos “essenciais” que daqui a alguns meses podem se mostrar como gastos supérfluos. Criatividade e eficiência tendem a andar juntos e são saudáveis para o profissional e empresa.

Dito isso, acredito que essa crise têm o poder de trazer vários aspectos de negócio a um patamar mais realístico, além de nos ajudar a levantar a cabeça e, eventualmente, nos mostrar portas que estavam ao nosso lado esperando para ser abertas, mas não acontecia por não conseguir sairmos do turbilhão do dia-a-dia.

Arquiteto de software

Muitas piadinhas são feitas quando o cargo “Arquiteto de Software” é mencionado, todos já brincamos com isso, mas nos últimos anos não existem profissionais em TI que eu valorize mais. Acredito que se sua empresa possui um arquiteto de software de verdade, deve levantar as mãos para o céu. Alguém experiente, que conheça a tecnologia e o negócio, é a pessoa que mais têm “o poder” de conseguir otimizar os processos, tomar decisões inteligentes, ajudar a diminuir custos e levar a empresa para o próximo nível, diminuindo o ruído entre geeks que pensam em binário e o negócio.
Agora, não se deixe levar somente pelo título… Muitas empresas entregam o cargo para alguém pensando em questões salariais (temos a mentalidade de que um desenvolvedor não pode ganhar bem). Tempo de casa, bom salário e ser um ótimo programador não implicam que a pessoa será um arquiteto. 
Eu consigo virar um arquiteto de software em um ano? Eu acredito que NÃO! Livros ajudam, mas não resolvem, e nada vai substituir a vivência, o que pode levar anos. Atualmente estou muito cético quando vejo alguém com o título, principalmente se for um profissional novo, então se você quer se tornar um bom arquiteto, 2009 é o ano em que você pode iniciar sua jornada…

Usabilidade

O usuário final, cada vez mais familiarizado com os computadores, está também mais exigente. E agora precisamos focar em algo que não é muito natural para nós, geeks: USABILIDADE. Aplicações web tradicionais (carrinho de compras, ficar navegando por listagens intermináveis, etc.), telas com 234234 abas do CRM/ERP, sistemas de BI com aquela interface que somente o administrador de dados consegue tirar proveito, tudo isso têm que mudar.
Frase do desenvolvedor: “Como é que aquele usuário jaca não entende que SOMENTE precisa acessar 17 níveis de menu, clicar SHIFT + CTRL + H, digitar o GUID que foi enviado por e-mail na semana passada (provavelmente no junk box, já que ele não habilitou aquela regra básica!), procurar no sub-relatório o link recuperado na coluna YSUTL (Your Should Use This Link) e copiar o endereço no browser?”. Riu? Então não faça isso mais.

Impacto das redes sociais nos negócios

As pessoas não vivem isoladas e cada vez mais estão formando grupos específicos em torno de preferências em comum. A famosa cultura de hits está dando lugar ao crescimento de empresas especializadas em atender a essa nova demanda de nichos de mercado, reduzindo custos de produção e distribuição. As propagandas de massa não têm mais o mesmo impacto, identificar o perfil das pessoas e saber responder a isso é uma tendência dos negócios e, principalmente, de marketing.
Uma reestruturação da maneira como o seu produto trabalha e integrá-lo com essas redes sociais, pode alavancar novos negócios e atender a esses nichos. Também existe a possibilidade do surgimento de novas empresas pequenas e especializadas, que podem atingir uma base maior de clientes com as facilidades da tecnologia atual e conseguir tornar o negócio viável.

Business Intelligence

Por aqui (não sei no resto do mundo) acredito que o termo BI está seguindo um caminho perigoso, muitos o incluem levianamente em qualquer conversa de negócio e poucos saem do outro lado com um projeto real e bem implementado (reporting != BI, ok?). As características desse tipo de projeto e a grande demanda pela integração entre negócio e tecnologia, colocam essas soluções em um patamar a parte, o que não significa que sua implantação exigirá um esforço Herculeano.
Então, quando se fala em BI, ainda temos muito o que aprender e muito mercado para atender. As tendência mostram que cada vez mais esse termo genérico têm cedido lugar a outros termos, como por exemplo, business optimization. Em um mundo sedento por eficiência, uma solução de BI é mais do que bem vinda para ajudar o negócio a dar maiores retornos.
Além disso, a já citada exigência do usuário demanda melhores interfaces, menor tempo de resposta, latência entre operação e análise, um BI acessível a todos, além de um gerenciamento mais eficiente dos dados em toda a empresa, onde começamos a ver a materialização efetiva de um conceito que nos ronda a algum tempo:  Master Data Management (MDM).

Cloud computing

Esse também está na lista must have, se você não ouviu o termo nos últimos meses, deve estar morando em Marte, sem acesso a internet! O surgimento das nuvens está mudando a regra do jogo e confirmando uma tendência há muito tempo anunciada. A computação nas nuvens poderá nos ajudar a resolver problemas de manutenção da sua infra-estrutura de TI, minimizar custos e também habilitar que boas idéias possam ser implementadas com um custo mais baixo e, se der certo, escalar de acordo com a demanda dos seus clientes.
Isso quer dizer que essa tendência é para todos? Claro que não! As empresas escolherão o que deve ou não fazer parte deste modelo de negócio e saber implementar de forma eficiente sua solução, com base nos modelos de cobrança que serão utilizados (uma nova distinção entre os profissionais provavelmente surgirá, eu os chamo de arquitetos da nuvem :-)). Agora não podemos ser ingênuos e esquecer da realidade que vivemos, internet e banda larga (de qualidade) não estão disponíveis em qualquer lugar, N problemas podem acontecer e você não vai querer que seu sitema fique fora do ar, certo? Quem sabe um cliente rico com os dados mais recentes não permitem que o seu negócio continue funcionando temporariamente…

Segurança

Vamos pegar as duas últimas tendências: BI + nuvem = exposição de uma grande massa de dados para consulta na empresa e armazenamento/transferência desses dados para um data center em algum lugar. Questões de privacidade estarão cada vez mais atreladas ao nosso cotidiano e os desenvolvedores deverão se preocupar mais em projetar aplicações realmente seguras (dentro do que for possível, claro). Uma maturidade que, imagino eu, já se instalou nos projetos de infra-estrutura têm que fazer parte da rotina (e do plano de estudo) dos desenvolvedores. E se alguém começar a usar o enorme poder computacional das nuvens para começar a quebrar as nossas chaves de criptografia ou realizar ataques? Não sou nenhum especialista, mas a brincadeira de gato e rato entre tamanho das chaves, complexidade dos algoritmos de criptografia e poder computacional pode trazer conseqüências interessantes.

Gerenciamento de dados + pesquisa

O que temos em nossos banco de dados representa uma pequena fração dos dados disponíveis em uma empresa. Temos uma explosão de dados gerada por dispositivos móveis, novos sistemas, arquivos de reuniões, arquivos pessoais, registros médicos, registros de segurança, para citar alguns. Uma gama gigantesca de dados que precisam não somente de serem guardados, mas catalogados de maneiras diferentes e eficientes, para uma pesquisa que nos traga os resultados desejados. É nesse caos que estão informações que podem guiar a empresa, nos orientar profissionalmente, pessoalmente ou, quem sabe, garantir nossa segurança.

Conclusão

Deja vu? Sim, provavelmente já notou que muitas das tendências já apareceram nas listas de outro ano e ainda continuam aqui, porém se você olhar com cuidado, a maneira como se apresentam estão em constante evolução. O amadurecimento do conceito através das experiências passadas (tentativa e erro) e o aparecimento de novas tendências, fazem com que um algo como BI se adéqüe a real demanda do mercado, e não o contrário, como muitas vezes tentamos fazer.
E como eu chego lá? Infelizmente não existe fórmula mágica e a gama de assuntos cresce a cada dia, tentando nos deixar frustrados (não vamos ceder, certo?). Então para 2009 eu desejo a você um ano de muito estudo, troca de experiências e que, a partir da crise econômica, você consiga crescer ainda mais profissionalmente.

No próximo artigo eu vou listar como a Microsoft ataca alguns dos pontos que eu citei e os produtos que podem brilhar neste ano, ajudando-o a se posicionar bem no mercado.

Feliz 2009 para todos nós!

[]s
Luciano Caixeta Moreira
luciano.moreira@microsoft.com
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